Quais são os sinais vitais?
Os sinais vitais são: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e
temperatura.
Eles descrevem a performance das funções corporais básicas, que podem ser
influenciadas por uma série de doenças, anormalidades internas ou externas.
Geralmente, a medição dos sinais vitais faz parte do primeiro atendimento
na atenção
básica, ajudando na triagem dos pacientes.
Veja detalhes sobre cada um a seguir.
Frequência cardíaca
Também conhecida como pulsação, a frequência cardíaca descreve o número de
batimentos por minuto realizados pelo coração.
Como bomba natural, o músculo cardíaco precisa bater num ritmo regular e suficiente
para impulsionar o sangue pelas artérias.
Depois, o líquido leva oxigênio e nutrientes para todas as células do
organismo.
Num adulto jovem, o pulso ideal fica entre 50 e 100 bpm (batidas
por minuto).
Atletas e idosos costumam ter a pulsação mais baixa, chegando a 40 bpm sem
que haja comprometimento ao bem-estar.
Antes de um ano, os bebês registram até 160 bpm, sem qualquer
problema para a saúde.
Frequência respiratória
A taxa de frequência respiratória (FR) revela a quantidade de respirações
completas em um minuto.
Ela fica entre 12 e 20 mrm (movimentos respiratórios por
minuto) num adulto saudável e com menos de 40 anos.
Da mesma forma que a frequência cardíaca, a respiratória tende a
sofrer variações conforme a idade.
Para se ter uma ideia, os valores normais de FR para bebês menores de 1 ano
ficam entre 30 e 60 mrm.
Pressão arterial
Quando o coração bombeia o sangue pelas artérias, o líquido faz força
contra as paredes desses vasos sanguíneos.
Esse é o conceito por trás da pressão arterial, medida sempre em duas
partes: sistólica e
diastólica.
O valor sistólico corresponde à tensão no momento em que o órgão se contrai
e, portanto, é superior ao diastólico.
O valor obtido na diástole é mais baixo, pois se refere ao
instante de relaxamento do músculo cardíaco.
Idealmente, os valores de pressão num paciente adulto ficam entre 120/80
mmHg (o famoso 12 por 8).
Temperatura
Medida por meio de um termômetro, a temperatura demonstra o resultado
entre ganho e perda de calor do corpo para o ambiente.
O valor de referência é de 36,5ºC (graus Celsius), para qualquer
idade.
No entanto, existe uma variação aceitável, que fica entre 36,1ºC e 37,2ºC.
Valores abaixo de 35,1ºC caracterizam a hipotermia, enquanto
aqueles acima de 37,8ºC correspondem à febre.
Os sinais vitais
variam conforme a faixa etária e são determinantes ao avaliar condição de saúde
do paciente
Importância dos parâmetros de sinais
vitais
Cada um dos sinais vitais mede funções fundamentais para a
manutenção da vida.
Quando algum deles é alterado, pode ser a primeira pista de que a saúde não
vai bem.
Um exemplo simples é a elevação da temperatura (febre), que pode
sinalizar a existência de uma infecção.
Por sua vez, uma pulsação abaixo do normal pode indicar problemas como
insuficiência cardíaca.
E os valores de pressão elevados constantemente revelam a hipertensão, patologia que
aumenta o risco de a pessoa sofrer eventos graves como AVC e infarto do miocárdio.
Quando o profissional de saúde mensura corretamente os sinais vitais, esses
e outros males podem ser evitados.
Ou tratados de forma precoce, com maiores chances de cura,
redução das sequelas e tempo de recuperação.
Na maioria das vezes, é possível abandonar comportamentos prejudiciais e
adotar hábitos
saudáveis, revertendo a tendência a uma patologia.
Daí a importância de conhecer os parâmetros de sinais vitais, que otimizam
um diagnóstico assertivo.
Também permite o socorro rápido diante de variações
bruscas nos valores normais, antes mesmo que o paciente perceba sintomas.
Isso é bastante útil, por exemplo, para casos de pressão baixa, que raramente
desencadeiam sintomas e, por consequência, dificilmente são detectados pelo
doente.
Tabela de sinais vitais normais
Agora que você entende a importância dos sinais vitais no atendimento
clínico e no atendimento pré-hospitalar (APH), vamos avançar um
passo.
Veja, abaixo, uma tabela com os valores de referência dos sinais vitais
para cada faixa etária.
Parâmetros normais dos sinais vitais
conforme faixa etária |
||||
Faixa etária |
Frequência Cardíaca (pulsação) |
Frequência Respiratória |
Pressão arterial (valor máximo
aceitável) |
Temperatura |
Bebês |
100 a 160 bpm |
30 a 60 mrm |
110/75 mmHg |
Entre 36,1ºC e 37,2ºC |
Crianças |
80 a 120 bpm |
20 a 30 mrm |
120/80 mmHg |
Entre 36,1ºC e 37,2ºC |
Adultos |
60 a 100 bpm |
12 a 20 mrm |
139/89 mmHg |
Entre 36,1ºC e 37,2ºC |
Idosos |
45 a 90 bpm |
16 a 25 mrm |
Mulher: 134/84 mmHg Homem: 135/88 mmHg |
Entre 36,1ºC e 37,2ºC |
Fontes: Aula Sinais Vitais
do Idoso, disponível neste
link; III Consenso Brasileiro de Hipertensão
Arterial, disponível aqui. |
Como fazer a verificação de sinais
vitais
A verificação de sinais vitais envolve tarefas simples, mas que pedem
atenção e zelo para obter resultados de qualidade.
Recomendo que você siga a seguinte ordem para
essa avaliação:
·
Temperatura
·
Frequência Cardíaca
·
Pressão arterial.
Nas próximas linhas, trago um passo a passo para facilitar
o processo.
1. Comece pela temperatura
Essa é a tarefa mais rápida, que exige apenas um termômetro de
mercúrio para coletar os dados necessários.
A medição pode ser feita por via oral, retal ou axilar, sendo
que esta última oferece mais praticidade na rotina das unidades de saúde.
Antes de colocar o termômetro em contato com a pele do paciente, desinfete
o equipamento.
Depois, seque a axila da pessoa e garanta que o bulbo do aparelho
fique junto à pele, sendo levemente comprimido pelo braço para que não se
mova.
Aguarde de 3 a 5 minutos para retirar o termômetro e
registrar a temperatura corporal.
2. Tome a pulsação
Peça para o paciente se sentar em posição confortável, no qual possa se
recostar.
O pulso pode ser tomado a partir da compressão de uma artéria
contra um osso, feita de modo leve.
Pescoço, pulso e parte interna do braço (braquial) são bons locais para
tomar a pulsação.
Em adultos que estejam conscientes, o mais comum é observar a frequência
cardíaca pressionando o pulso, a fim de sentir as artérias radiais.
Com o braço do paciente apoiado e relaxado, utilize 2 ou 3 dedos para
comprimir a parte central, logo abaixo da palma da mão.
Lembre-se de não usar o polegar e indicador, que podem
distorcer o resultado.
Se não encontrar pulso, é possível procurar pela artéria carótida,
no pescoço.
Basta colocar os dedos sobre o pomo-de-adão e deslizar até a lateral para
achar a pulsação.
Em bebês até os 12 meses, será mais simples tomar a pulsação braquial, seguindo os mesmos passos que a medição pelo pulso.
Conte os movimentos durante 60 segundos, observando se são
regulares e intensos.
Anote os valores obtidos para que sejam comparados aos parâmetros normais.
3. Siga para a Frequência Respiratória
(FR)
A FR deve ser medida logo depois da frequência cardíaca, a fim
de encontrar valores confiáveis.
Primeiro, coloque o paciente sentado em posição confortável e posicione o
braço de maneira relaxada para verificar as incursões respiratórias.
Ou coloque os dedos anelar e indicador sobre a artéria carótida, como
expliquei acima.
Verifique, então, a quantidade de ciclos respiratórios,
contando os movimentos sentidos por 60 segundos.
Durante esse período, preste atenção, ainda, nos movimentos
torácicos, se há ritmo padrão para a respiração, se é profunda ou
superficial.
Registre os valores de FR e a posição do paciente no prontuário
médico e compare os números com os valores de referência.
4. Meça a pressão arterial
Caso tenha um aparelho específico, você pode escolher pelo método
oscilométrico para medir a pressão arterial.
Se não tiver, siga o pequeno roteiro para registrar corretamente a pressão
sistólica e diastólica, baseado neste manual do SUS:
·
Certifique-se de que o paciente
esteja tranquilo, pois o estresse e ansiedade podem aumentar os valores reais. Na dúvida,
peça que ele descanse por alguns minutos antes de realizar o procedimento
·
Localize a artéria braquial por palpação
·
Prenda o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital,
centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial
·
Mantenha o braço do paciente na altura do coração
·
Palpe o pulso radial, posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial e
infle o manguito até o desaparecimento do som
·
Faça a deflação com uma velocidade constante de 2 a 4 mmHg/segundo
·
Determine a pressão sistólica máxima no momento do
aparecimento do primeiro som
·
Determine a pressão diastólica mínima no momento do
desaparecimento do som
·
Registre os valores das pressões sistólica e diastólica, o braço em que foi
feito o exame e o horário.
Atividades físicas
podem alterar bastante os sinais vitais e, por isso, vale aguardar 30 minutos
para medir
O que altera os valores de sinais
vitais?
Nem sempre uma patologia é responsável por alterações nos valores normais
para os sinais vitais.
Há diversos fatores capazes de interferir nesses resultados, por isso, vale
conversar com o paciente antes de iniciar as medições.
Pergunte sobre:
·
Exercícios físicos: é preciso esperar ao menos 30 minutos
depois de se exercitar para medir os sinais vitais. A atividade física pode
aumentar momentaneamente a temperatura, frequência cardíaca e respiratória
·
Idade: como demonstrei na tabela, existem
variações normais de acordo com a faixa etária
·
Estresse: pode elevar temperatura, frequência
cardíaca e respiratória
·
Banhos: costumam interferir na temperatura
·
Ambiente: há indivíduos que sofrem maior
influência da temperatura ambiente, como os idosos
·
Medicamentos: substâncias como a epinefrina aumentam a pulsação, enquanto os
cronotrópicos digitálicos a diminuem.
Alteração em sinais vitais: o que fazer?
A conduta adequada aos profissionais
de enfermagem vai depender do estado clínico do paciente, se está internado ou sob
tratamento, conforme cita este manual.
Em ambiente hospitalar, é essencial seguir as recomendações médicas e
considerar as medições de sinais vitais anteriores para comparação.
Em caso de desmaio, tontura, convulsão, falta de ar ou dor no peito, interrompa
as medições e peça auxílio ao médico ou enfermeiro de plantão.
O mesmo raciocínio vale para doentes com pulso irregular por
mais de 1 minuto, ou febre muito alta e persistente.
Crianças com temperatura acima dos 38,5ºC devem ser novamente testadas, de
preferência em local diferente do primeiro para confirmar a febre.
Se os movimentos respiratórios estiverem difíceis de contar, experimente
fazer a ausculta dos pulmões, contar a quantidade de incursões por
30 segundos e multiplicar por 2.
Caso considere necessário fazer uma nova medição para corroborar a
primeira, aguarde alguns minutos e repita o procedimento.
Telemedicina no monitoramento de sinais
vitais
Embora a medição manual dos sinais vitais seja bastante útil, muitas vezes
é preciso avançar na investigação de anormalidades.
Nesse cenário, o médico costuma solicitar testes de apoio ao
diagnóstico para detalhar os resultados, confirmar ou afastar uma
suspeita clínica.
Um exemplo é o diagnóstico da hipertensão, que se beneficia da realização
da Monitorização
Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA).
Esse exame faz medições regulares durante um período de 24 horas
consecutivas, permitindo a confirmação da doença.
Da mesma forma, o holter de ECG mede a frequência cardíaca por
pelo menos 24 horas, embasando o diagnóstico de males como as arritmias.
Ambos os procedimentos têm os resultados otimizados com o
suporte da telemedicina e laudos a distância.
Basta realizar normalmente os testes e compartilhar os registros na plataforma
Morsch para receber o laudo online em minutos.
O documento é elaborado por especialistas na área do exame e assinado
digitalmente para garantir a autenticidade.
Sua equipe também pode aproveitar as vantagens dos
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·
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Conclusão
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