A imigração
é o processo de entrada de um indivíduo em um determinado território. Ela se dá por motivações econômicas, políticas, culturais e naturais. No geral, os imigrantes buscam por meio desse processo uma melhor condição de vida.
Os deslocamentos populacionais fazem parte da história da humanidade. Porém, com o desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, esses movimentos foram impulsionados e se tornaram mais corriqueiros nos tempos atuais.
A principal causa da imigração no mundo ainda é notadamente econômica, mediante a busca de melhores empregos e salários. Dessa maneira, os países mais desenvolvidos concentram boa parte dos fluxos de imigrantes.
No caso específico do Brasil, o país recebeu, ao longo da sua história, imigrantes de diversas partes do globo. Na atualidade, por questões econômicas e sociais, a maior parte dos imigrantes que dão entrada no Brasil é proveniente da Venezuela e do Haiti. O deslocamento populacional interno também é recorrente no país.
Leia também: Quais são os tipos de migração?
O que é imigração?
A imigração é um movimento de deslocamento da população e refere-se à entrada de um ou mais indivíduos em um determinado território. Dessa maneira, o termo imigração é corretamente aplicado para a entrada e fixação desses indivíduos em um território diferente da sua localidade de origem. Os sujeitos que praticam a imigração são chamados de imigrantes.
Esse movimento é extremamente comum, em especial entre dois países diferentes, configurando a chamada migração externa. Porém, a imigração pode acontecer dentro de um mesmo país, como o deslocamento de pessoas entre diferentes estados e cidades — nesse caso é chamada de migração interna. A migração tem como causas principais questões econômicas, políticas, culturais e, até mesmo, naturais.
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Causas da imigração
A imigração é um movimento populacional que possui causas distintas, conforme os objetivos dos indivíduos migrantes. A imigração acontece de maneira forçada ou espontânea. A primeira, forçada, refere-se ao deslocamento do migrante contra a sua vontade, aplicada em casos de perseguição política ou desastres naturais. Já a segunda, espontânea, está relacionada com a vontade pessoal do indivíduo, notadamente ligada a questões de emprego e renda.
Econômicas
A questão econômica é a principal motivadora dos deslocamentos populacionais no mundo. Esse cenário é dado em razão da busca por melhores condições de emprego e renda por parte dos indivíduos migrantes. No geral, dificuldades econômicas são propulsoras de deslocamentos entre países, mas também entre regiões de um mesmo país.
O movimento de fuga de cérebros é um exemplo dessa causa de imigração, já que nele profissionais altamente qualificados buscam melhores ofertas de emprego e renda. Esse movimento é tradicionalmente realizado de países menos desenvolvidos para países altamente industrializados, como no caso de pesquisadores brasileiros que buscam, no exterior, condições de trabalho e salário adequadas para a sua formação.
Políticas
As causas de imigração relacionadas às questões políticas estão ligadas ao estabelecimento de conflitos bélicos, assim como às crises políticas e sociais, que são comuns em diversos países do globo. Esse tipo de imigrante busca em outro território uma maior estabilidade frente às adversidades políticas e sociais que passa o seu lugar de origem.
Um exemplo desse cenário é a Guerra Civil Síria. O conflito bélico na região provocou o deslocamento de um grande volume de imigrantes para outras regiões do globo, notadamente países do Oriente Médio e da Europa.
Na América do Sul, outro exemplo é a crise política na Venezuela, que gerou intensos movimentos populacionais na região, sendo o Brasil um dos principais centros de recepção de imigrantes venezuelanos.
Veja também: Causas e consequências da imigração de venezuelanos no Brasil
Culturais
As questões culturais, como língua, religião e etnia, são elementos motivadores de movimentos populacionais. Nesse contexto, quando a imigração é resultado de perseguições culturais sistemáticas, o termo correto é refugiado. A perseguição da minoria muçulmana rohingyas em Mianmar, país predominantemente budista, é um exemplo dessa situação. Nos últimos anos, milhares de rohingyas fugiram de Mianmar, buscando abrigo principalmente em Bangladesh.
A minoria rohingya, de Mianmar (Ásia), é uma das mais perseguidas do mundo, em razão de questões étnicas e religiosas.[1]
Naturais
A ocorrência de fenômenos naturais, como terremotos, furacões, tsunamis e, até mesmo, secas recorrentes, também causa movimentos populacionais. Nessa condição, muitos indivíduos saem do seu lugar de origem em razão do grande impacto gerado por elementos e fenômenos naturais.
Em países insulares da Oceania, por exemplo, devido ao aumento do nível dos oceanos, fenômeno derivado do aquecimento global, já existem populações que tiveram de sair das suas localidades. Nesse caso específico, muitos estudiosos chamam esses indivíduos de refugiados ambientais.
Outro exemplo, na América Latina, é o caso do Haiti, país que foi atingido por um forte terremoto em 2010. O terremoto foi um elemento disparador do movimento migratório no país, e muitos imigrantes haitianos buscaram o Brasil como um lugar de estabelecimento de moradia.
Imigração no mundo
A imigração é um processo histórico vivenciado pelas diversas civilizações que habitaram o mundo ao longo do tempo, sendo facilitada por diversas variáveis implementadas ao longo dos séculos. O primeiro propulsor dos movimentos populacionais foi o aperfeiçoamento dos meios de transporte, principalmente os de via marítima, como ocorreu durante o período das Grandes Navegações.
Outro marco de influência nas ondas migratórias foi a Revolução Industrial, que fomentou novos movimentos populacionais, em especial das zonas rurais para as áreas urbanas. Já com o advento da globalização, marcado pelo desenvolvimento dos transportes e das comunicações, os deslocamentos dos indivíduos foram facilitados, possibilitando o estabelecimento de fluxos entre as diversas regiões do globo.
Origens e principais destinos dos imigrantes na atualidade
Na atualidade, conforme dados apresentados pelo Relatório Mundial de Imigrações|1|, feito pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), publicado em 2020, a maior parte dos movimentos migratórios está relacionada a questões econômicas. O movimento populacional mais perceptível, por meio da análise do referido relatório, é a saída de migrantes dos países menos desenvolvidos para as nações mais ricas e industrializadas do globo.
Os continentes que concentram a chegada de imigrantes são a Europa, onde estão localizadas nações altamente desenvolvidas, e a América do Norte, parte do continente americano onde estão situados Estados Unidos e Canadá.
Os países que mais receberam imigrantes no ano de 2019 foram:
Estados Unidos
Alemanha
Arábia Saudita
Rússia
Reino Unido
Emirados Árabes Unidos
França
Canadá
Austrália
Itália
Fonte: OIM (2020).
Conforme os dados apresentados, os países que receberam o maior volume de imigrantes são nações desenvolvidas e industrializadas. Além de Estados Unidos e Canadá, constam na tabela ainda nações altamente desenvolvidas, como a Austrália, e de grande influência econômica e política, como a Rússia.
Ademais, os quatro principais países europeus — Alemanha, Reino Unido, Itália e França — receberam um alto volume de imigrantes, marcando ainda mais a questão econômica nesses fluxos de população. Por fim, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos são nações petrolíferas muitos ricas do Golfo Pérsico, localizado no Oriente Médio, que recebem diversos imigrantes, principalmente de nações pobres da Ásia.
O relatório citado aponta ainda os principais países de origem dos imigrantes no mundo, sendo eles:
Índia
México
China
Rússia
Síria
Bangladesh
Paquistão
Ucrânia
Filipinas
Afeganistão
Fonte: OIM (2020).
Imigração no Brasil
O processo de imigração no Brasil começou logo após o início da colonização do país, por meio da chegada de imigrantes portugueses. Mais tarde, por meio do estabelecimento da escravidão, milhares de africanos foram trazidos para o país, sendo esse um processo de imigração forçada.
Já com a abolição da escravatura, mediante a necessidade de mão de obra e o conturbado cenário político e econômico mundial, muitos imigrantes deram entrada no Brasil, com destaque para os povos italianos, portugueses, espanhóis, alemães, japoneses e eslavos.
Resolução
Alternativa C. A Guerra ao Terror foi um processo de interferência externa em países do Oriente Médio, com destaque para Afeganistão e Iraque, como medida de combate ao terrorismo. Essa ação política e militar culminou na emigração de parcelas da população árabe que vivem nessa região em busca de melhores condições de vida. Porém, são imigrantes que sofrem com a estigmatização pela comunidade internacional, além de passarem por recorrentes atos de xenofobia nos países de entrada desses indivíduos.
Questão 2 – (Enem 2016) Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus. Posteriormente, durante o Estado Novo, uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a “pessoas de origem semita”, inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano. Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política.
GRIMBERG, K. Nova língua interior: 500 anos de história dos judeus no Brasil. In: IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 (adaptado).
Uma razão para a adoção da política de imigração mencionada no texto foi o(a)
A) receio do controle sionista sobre a economia nacional.
B) reserva de postos de trabalho para a mão de obra local.
C) oposição do clero católico à expansão de novas religiões.
D) apoio da diplomacia varguista às opiniões dos líderes árabes.
E) simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão.
Resolução
Alternativa E. Durante o Estado Novo (1937-45), o governo brasileiro possuía laços políticos e econômicos com a Alemanha Nazista. Dessa maneira, o Brasil negava a solicitação de vistos realizada pelo povo judeu, minoria religiosa perseguida pelo governo alemão. Esse cenário é um exemplo da ação do Estado em dificultar e/ou impedir determinado movimento migratório mediante questões políticas específicas.
Notas
|1| Organização Internacional para as Migrações. Relatório Mundial de Imigrações. Disponível aqui. Acesso em: 25 maio 2021.
|2| Cavalcanti, L; Oliveira, T.; Macedo, M., Imigração e Refúgio no Brasil. Relatório Anual 2020. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/ Conselho Nacional de Imigração e Coordenação Geral de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra, 2020.
Crédito da imagem
[1]Sk Hasan Ali / Shutterstock
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