Qual é o tratamento para doença inflamatória pélvica (DIP)?
O tratamento para doença inflamatória pélvica deve ser feito com:
Ceftriaxona 500 mg, intramuscular, em dose única
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Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, de 12 em 12 horas, por via oral, por 14 dias
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Metronidazol 500mg, de 12 em 12 horas, por 14 dias.
A doxiciclina pode ser substituída por Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, 1 vez por semana, por duas semanas. Na ausência de Metronidazol 500 mg, a dose de 400 mg também pode ser usada.
Devido à alta possibilidade de complicações decorrentes da DIP (infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica), deve-se iniciar o tratamento com antimicrobianos sempre que houver suspeita com pelo menos um dos sintomas:
- dor à palpação uterina;
- dor à palpação dos anexos;
- dor à mobilização do colo uterino.
Para o tratamento sintomático, podem ser usados anti-inflamatórios não esteroides, como Ibuprofeno 600 mg, de 8 em 8 horas, e outros analgésicos, como Dipirona 1 g, de 6 em 6 horas ou Paracetamol 1 g, de 6 em 6 horas.
Todas as pacientes devem ser reavaliadas. Se não houver melhora considerável após três dias do início do tratamento, a paciente deve ser encaminhada para emergência.
Deve-se encaminhar para tratamento hospitalar os seguintes casos:
- Gestação;
- Sintomas graves (febre, náusea, vômitos, defesa à palpação abdominal);
- Abscesso pélvico (incluindo abscesso tubo-ovariano);
- Necessidade de exploração ou intervenção cirúrgica (suspeita de apendicite, torção ovariana ou abscesso tubo-ovariano roto, gravidez ectópica);
- Intolerância ao tratamento por via oral ou falta de resposta ao tratamento após 72 horas.
Não há evidências que suportem a retirada do DIU antes do tratamento para DIP. Somente deve ser considerada a remoção do DIU se a paciente não tiver melhora com o tratamento. A retirada pode ser feita somente após duas doses do esquema terapêutico.
As parcerias, mesmo assintomáticas, devem ser tratadas com:
Ceftriaxona 500 mg, intramuscular, em dose única
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Azitromicina 1 g, em dose única OU Doxiciclina 100 mg, de 12 em 12 horas por 7 dias
Deve-se oferecer testagem para HIV, sífilis e hepatite C e hepatite B para todas as pacientes diagnosticadas e tratadas para DIP e para suas parcerias.
Referências:
- Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes>.
- DynaMed. Record No. T114793, Pelvic Inflammatory Disease (PID) [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services. 1995 [atualizado em 2018 Nov 30, citado em 2019 Ago 30]. Disponível mediante login e senha em: <https://www.dynamed.com/condition/pelvic-inflammatory-disease-pid#GUID-44952E72-A30D-4D7D-A4B6-974B489E1406>.
- Ross J, Guaschino S, Cusini M, Jensen J. 2017 European guideline for the management of pelvic inflammatory disease. International Journal of STD & AIDS. 2017;29(2):108-114.
- Wiesenfeld HC. Pelvic inflammatory disease: Treatment in adults and adolescents Internet]. Waltham (MA): UpToDate, Inc.; 2019 [citado em 2019 Ago 30]. Disponível mediante login e senha em: <https://www.uptodate.com/contents/pelvic-inflammatory-disease-treatment-in-adults-and-adolescents>.
- Center for Desease Control and Prevenyion. 2015 STD Treatment Guidelines. Pelvic Inflammatory Disease (PID). In: Morbidity and Mortality Weekly Report. 2015;64(3). Disponível em: <https://www.cdc.gov/std/tg2015/pid.htm>.
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