Classificação dos climas do Brasil
O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apresenta uma ampliada diversidade climática, que se organiza por meio da ação de diversos fatores e elementos que influenciam o comportamento da atmosfera. Em alguns pontos, predominam os efeitos de massas de ar quente; em outros, de massas de ar fio. Há também as ações da vegetação, da altitude e das variações de latitude, entre outros aspectos.
Por isso, a classificação dos climas no Brasil representa uma maneira de organizá-los e melhor compreendê-los. Nesse sentido, existem também vários modelos de classificação, de modo que usaremos a seguir a tipologia elaborada por A. Strahler. Confira o mapa a seguir:
Mapa dos tipos climáticos brasileiros com base na classificação de A. Strahler
Entre os climas apresentados no mapa acima, há de se mencionar que todos eles são dominados por massas de ar equatoriais e tropicais em conjunto, exceto a faixa de clima subtropical úmido, localizada na porção sul do país e controlada por massas de ar tropicais e polares.
A seguir, uma caracterização geral de cada um dos tipos de clima do Brasil:
a) clima equatorial úmido: também conhecido como clima equatorial úmido da convergência dos ventos alísios, é o tipo climático que envolve praticamente toda a faixa da Amazônia localizada no Brasil, sendo basicamente controlado pela massa de ar Equatorial Continental. Os ventos alíseos, nesse caso, são aqueles que sopram das áreas de média latitude (tanto no norte quanto no sul) para a linha do equador.
Em função da grande quantidade de umidade emitida pela floresta através do processo de evapotranspiração, as amplitudes térmicas são baixas, haja vista que a maior presença de água no ar ajuda a conservar as temperaturas. Por isso, as médias térmicas mensais ao longo do ano variam entre 24 e 27ºC. As chuvas são constantes, do tipo de convecção, pois o ar úmido e quente eleva-se e condensa-se diante das temperaturas menores das áreas mais elevadas da atmosfera. Por isso, as médias pluviométricas permanecem com valores elevados, entre 1500 mm e 2500 mm por ano.
b) clima tropical seco e úmido: também chamado de clima tropical alternadamente seco e úmido, esse tipo climático ocupa a maior área do país, envolvendo quase toda a região Centro-Oeste, o Centro-Sul do Tocantins, algumas faixas da região Nordeste e também partes do Sudeste brasileiro. É conhecido por apresentar duas estações bem definidas ao longo do ano: uma quente e chuvosa e outra fria e seca.
Esse comportamento da atmosfera nessa região explica-se pelo fato de que, durante a estação mais quente, predomina a influência da massa Equatorial Continental, advinda do norte do país. Já durante a estação mais fria, essa massa de ar recua e passa a predominar a massa Tropical Atlântica, advinda do litoral e que chega ao interior do país praticamente sem umidade, em razão da influência da continentalidade. Anualmente, as médias térmicas variam entre 20ºC e 28ºC, com um índice de chuvas em torno de 1500 mm por ano.
c) clima tropical seco: esse tipo climático, corretamente denominado por clima tropical tendendo a seco pela irregularidade de ação das massas de ar, concentra-se em uma estreita área da região Nordeste, mais precisamente no sertão nordestino. Como o próprio nome indica, trata-se de um tipo climático quente e seco, quase árido (por isso a nomenclatura “semiárido”), com médias pluviométricas anuais não maiores do que 1000 mm, concentradas em poucos meses do ano.
Na maior parte do ano, predomina a influência da massa Equatorial atlântica que, apesar de ser oriunda do oceano, alcança essa região com pouca umidade, em função dos obstáculos oferecidos pelo relevo. Da mesma forma acontece com as outras massas de ar, que encontram obstáculos e têm dificuldade de chegar a essa localidade, sobretudo por se tratar de uma área de depressão relativa interplanáltica.
d) clima litorâneo úmido: como o próprio nome indica, é a faixa climática que se estende ao longo do litoral brasileiro, entre os estados do Rio Grande do Norte e São Paulo. É um clima quente e úmido, semelhante ao da Amazônia, porém com uma amplitude térmica maior. Na maior parte do ano, predomina a influência da massa Tropical Atlântica, enquanto, no inverno, a massa polar atlântica avança e provoca a diminuição rápida das temperaturas, sobretudo nas faixas mais ao sul.
Essa dinâmica explica a existência de duas principais estações, uma quente e muito úmida e outra fria e relativamente úmida. Nessa região, há formas de relevo que barram a umidade dos ventos que circulam nos sentidos leste-oeste e norte-sul, provocando a ocorrência de chuvas orográficas e propiciando que o interior do país receba menos umidade ao longo do ano. As médias de pluviosidade variam entre 1500 e 2000 mm por ano.
e) clima subtropical úmido: abrange a porção sul do país, com um clima úmido e mais frio do que os demais. A massar de ar predominante é a Tropical Atlântica, com influência de massas polares durante o inverno, de modo que o encontro dessa frente polar com frentes quentes provoca as chamadas chuvas frontais. Nessa faixa climática, as chuvas são constantes e bem distribuídas ao longo do ano, existindo secas apenas em casos de anomalias climáticas eventuais. O índice médio de pluviosidade anual gira em torno de 1500 mm e as temperaturas médias variam entre 18 e 22ºC mensais.
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