Filosofia Política
Filosofia política é uma vertente da filosofia cujo objetivo é estudar as questões a respeito da convivência entre o ser humano e as relações de poder.
Também analisa temas a respeito da natureza do Estado, do governo, da justiça, da liberdade e do pluralismo.
A política, na filosofia, deve ser entendida num sentido amplo, que envolve as relações entre os habitantes de uma comunidade e seus governantes e não apenas como sinônimo de partidos políticos.
Definição de Filosofia Política
A filosofia política ocidental surgiu na Grécia antiga e dizia a respeito sobre a convivência dos habitantes dentro das cidades-estado gregas. Estas eram independentes e muitas vezes rivais entre si.
Tais cidades contemplavam as mais variadas formas de organização política como a aristocracia, democracia, monarquia, oligarquia e, até, a tirania.
À medida que as cidades foram crescendo, o termo política passou a ser aplicado a todas as esferas onde o poder estava envolvido.
Assim, num sentido amplo, existe política desde aqueles que habitam aldeias, como aqueles que moram em estados-nacionais.
Curiosidade
A palavra política é de origem grega (pólis) e significa cidade.
Principais Filósofos Políticos
Inúmeros autores se dedicaram à filosofia política, porém destacaremos os mais importantes como Aristóteles, Nicolau Maquiavel e Jean-Jacques Rousseau.
Aristóteles
Entre as obras mais influentes da filosofia política está a "Política", de Aristóteles.
O pensamento de Aristóteles aponta que a natureza humana é a justificativa para o homem viver em grupo e esta é uma das características principais que torna homens e mulheres seres humanos.
A finalidade da vida humana é ser feliz e fazer os outros felizes. Desta maneira, Aristóteles aponta que o "homem é um animal político", no sentido que ele vive em comunidade.
É importante lembrar que, para Aristóteles, a política era um desdobramento da ética e sem esta não era possível fazer política.
A teologia cristã apropriou-se do pensamento de Aristóteles e o utilizou largamente, conciliando o pensamento cristão com o a filosofia aristotélica.
Essa corrente é percebida nas obras de Santo Agostinho, que enfatiza o Estado como instrumento de aplicação da moral; e São Tomás de Aquino, cuja filosofia escolástica dominou o pensamento europeu por muitos séculos.
Nicolau Maquiavel
O rompimento do entendimento europeu sobre a filosofia política se dá a partir da obra de Nicolau Maquiavel (1469-1527). Em "O Príncipe" e "Os Discursos", o filósofo pondera que o bem e o mal são apenas meios de chegar ao fim.
Dessa maneira, os atos dos governantes não são bons ou maus por si mesmos. Eles devem ser analisados tendo em conta o objetivo final que teriam.
Maquiavel desvincula a política da moral, da ética e da religião cristã. O objetivo é estudar a política pela política e afastar outras áreas que possam afetar seu resultado.
Iluminismo
O Iluminismo impõe uma nova ordem do pensamento ao privilegiar a reflexão científica. O Absolutismo é questionado gerando uma série de obras que visam ponderar sobre a origem dos governos e da política.
Neste período, a Europa passa a viver uma espécie de era do ouro da filosofia política, com trabalhos de John Locke (1632 -1704), posteriormente, Voltaire (1694-1778) e Jean Jacques Rousseau (1712-1778).
Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau está entre os autores de destaque dessa época. Sua obra, "O Contrato Social", publicada em 1762, é uma das mais influentes obras de filosofia política.
Nela, Rousseau argumenta que os seres humanos fazem uma espécie de contrato social com os governantes. Em troca de deixarem a liberdade - o estado natural - alguém superior se encarregará de fazer leis e fiscalizá-las. Somente desta maneira, os seres humanos poderão viver em paz e prosperar.
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