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Vida e Obra de samora Moises Machel artigo Actualizado

 


BIOGRAFIA DO SAMORA MOISES MACHEL 


Fonte: Noticias, Outubro de 1986 SAMORA MOISES MACHEL nasceu numa família de camponeses em 29 de Setembro de 1933 na aldeia de Xilernbene, junto às terras férteis do vale do Limpopo, na província de Gaza. Os seus avós e bisavôs participaram activamente nas guerras patrióticas de resistência contra a conquista colonial. 

O seu avô paterno foi um dos comandantes das tropas do grande Maguiguana. Os seus avôs maternos foram desterrados primeiro para Angola e depois para S. Tome e Príncipe, onde morreram. Assim, desde cedo, foi educado nas tradições patrióticas da sua família. 

A exploração colonial-capitalista rapidamente o ajudou a tomar consciência da opressão a que estava submetido. Durante a sua infância, Samora Moisés Machel viveu a experiência de cultura forcada do algodão, em que as companhias monopolistas obrigavam os africanos a cultivar vastas extensões de algodão, que depois era comprado pela companhia a preços de fome. Nurnerosas pessoas morriam a fome em consequência desta exploração brutal. Muitos camponeses eram por isso compelidos a abandonar as suas terras, e a ir trabalhar nas minas do ouro da África do Sul. Nas minas rnorreu o irmão mais velho de Samora Moisés Machel e muitos dos seus próximos parentes. Alguns regressaram para sempre inválidos. No início dos anos cinquenta o Governo colonial-fascista expulsou os camponeses do Limpopo das suas terras, a fim de instalar camponeses portugueses sem terra. A terra cultivada pelo pai de Samora Machel foi confiscada pelos colonialistas, a sua casa arrasada. Na escola os alunos, além de pagarem elevadas propinas, eram forçados a cultivar os ricos campos da missão. No entanto, eles recebiam apenas como alimentação farinha e amendoim pilado cozido em água e sal. 2 Os professores apenas se preocupavam em ensinar o catecismo. Os progressos do aluno eram produto único do seu esforço. Foi, pois, pelo seu esforço que Samora Moisés Machel terminou o ensino primário. O ensino secundário era proibido aos africanos. 

Os missionários propuseram ao “rebelde”, assim chamavam a Samora Moisés Machel, de ir para o Seminário onde poderia prosseguir o ensino secundário. Samora Moisés Machel recusou e decidiu ir trabalhar. Fez um curso de enfermagem e em seguida, a sua custa, financiou os seus estudos secundários em aulas nocturnas. 

Os fins dos anos 50 testemunharam um crescimento rápido de consciência patriótica no continente africano. Samora Moisés Machel e os seus companheiros seguiram com atenção a guerra de libertação do Vietnam contra o colonialismo francês, a guerra de libertação da Argélia, as primeiras independências da Africa. O conflito do Congo e o começo da luta armada de libertação de Angola em 1961 constituem um catalisador poderoso para o movimento patriótico moçambicano e enchem de entusiasmo Samora Moisés Machel e os seus companheiros.

 Quando sob a direcção de Eduardo Chivambo Mondlane se forma em 25 de Junho de 1962, a FRELIMO, Samora Moisés Machel adere imediatamente. Em 1963, Samora Moisés Machel faz parte dos primeiros grupos que são treinados na Argélia. 

Samora Moisés Machel participa activamente no desencadeamento da luta armada em 25 de Setembro de 1964, elaborando os planos, selecionando as combatentes e organizando a sua infiltração. Foi-lhe então confiada a responsabilidade de treinar as nossas forças. Em 1965 dirige o desencadeamento da luta armada no sector Oriental de Niassa. 

Depois organiza o grande Centro de Preparação Político-Militar de Nachingwea, onde se preparam politica e militarmente os quadros da Revolução moçambicana, os agentes activos da transformação da sociedade. Em 1966, depois do assassinato de Filipe Magaia, o Comité Central da FRELIMO designa Samora Moisés Machel, Secretário do Departamento de Defesa. Samora Moisés Machel torna-se assim membro do Comité Central da FRELIMO. 

3 Sob a sua direcção são então organizadas e estruturadas as Forcas Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) e é desencadeado um processo intenso de formação politica e ideológica dos combatentes e de elevação da sua capacidade técnica e combativa. 


Conduzidas por Samora Moisés Machel, as FPLM desenvolvem o nível da luta armada de libertação e iniciam o processo de transformação das zonas semi-libertadas. Samora Moisés Machel imprime uma orientação concreta a este processo. Apoiando-se nos combatentes, sistematicamente substitui as estruturas feudalizantes de poder, por comités populares que organizam e dirigem a vida das massas. 

Inicia a campanha das cooperativas com o objectivo de lançar as bases da produção colectiva e do comércio colectivo. O aparecimento das zonas libertadas implica assim uma modificação no conteúdo da luta; a zona libertada torna-se uma zona em que a nível de organização da vida politica, económica e das relações sociais de produção se rompe com o sistema de exploração do Homem pelo Homem.

 Sob a direcção de Samora Machel consagra-se a transformação da Luta de Libertação Nacional em Revolução Democrática e Popular. Os combatentes das FPLM dirigidos pelo Camarada Samora Moisés Machel desenvolvem a Guerra Popular de Libertação e desferem golpes poderosos contra os agressores coloniais-imperialistas, que conduzem em 1974 ao colapso final do regime português e da sua máquina de guerra. A VII Sessão do Comité Central da FRELIMO em Junho de 1975 designa Samora Moisés Machel Presidente da República Popular d Moçambique. 

Sob a sua direcção é proclamada em 25 de Junho de 1975 a independência total e completa de Moçambique, e instaurado o Estado da aliança operário - camponesa. A Terra é nacionalizada, a Educação, a Saúde, a Justiça são estatizadas.

 Os prédios de rendimento são nacionalizados. As conquistas revolucionárias das Zonas Libertadas são estendidas a todo o Pais, e ampliadas. De 3 a 7 de Fevereiro de 1977 realiza-se o III Congresso da FRELIMO em que, sob a direcção de Samora Moisés Machel, se cria o Partido FRELIMO e ele é eleito Presidente. 4 Além de se ter afirmado como eminente combatente, dirigente militar e dirigente do combate patriótico e do combate de classes, Samora Moisés Machel revelou-se um destacado teórico marxista. São numerosas as suas obras que sintetizam as experiências históricas do combate da classe trabalhadora Moçambique, e que elevam essas experiências a categoria de teoria da Revolução moçambicana, teoria que se integra na teoria cientifica única da classe trabalhadora, o Marxisrno-Leninismo, e a enriquece. 

Samora Moisés Machel afirmou-se também como um combatente do internacionalismo, um obreiro incansável do estreitamento das relações entre a Revolução moçambicana e os países socialistas, aliados naturais da República Popular de Moçambique, entre a FRELIMO e as forcas progressistas e democráticas de todo o mundo. Samora Moisés Machel agiu com perseverança para a consolidação e desenvolvimento da unidade africana no interesse da luta anti -imperialista do Continente e da Revolução africana. 

Ele participou activamente na criação da Linha da Frente e em todas as grandes decisões que fizeram avançar a luta de Libertação na Africa Austral. 

Desempenhou um papel fundamental no processo da luta de libertação do Zimbabwe e desenvolveu intensa actividade quer no plano militar, quer no plano diplomático, fazendo da República Popular de Moçambique a retaguarda segura do povo do Zimbabwe. Depois da libertação do Zimbabwe e no seio dos países da Linha da Frente, o Presidente Samora Moisés Machel prosseguiu com a sua actividade e consequente apoio a luta peia libertação da Namíbia e pela erradicação do “apartheid” na Africa do Sul. Samora Machel não conseguiu, no entanto, ver realizados os seus propósitos, uma vez que, em 19 de Outubro de 1986, quando se encontrava de regresso de uma reunião internacional em Lusaka, o Tupolev 134 cedido pela União Soviética em que seguia, junto com muitos dos seus colaboradores, se despenhou em Mbuzini, nos montes Libombos (território sul-africano, perto da fronteira com Moçambique).

 O acidente foi atribuído a erros do piloto russo, mas ficou provado que este tinha seguido um rádiofarol, cuja origem não foi determinada. Este facto levou a especulações sobre uma possível cumplicidade do governo sul-africano, que nunca se conseguiu provar.

escritor WEBNET

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